Golden Four 2014 Rio de Janeiro Por uma Top 20

Golden Four 2014 Rio de Janeiro Por uma Top 20

Não acho que seja o mundo ideal  viver uma vida louca e sem planejamento, mas assumo que tenho um grande defeito: não consigo desenhar nem cumprir cronogramas.

Sei que é importante  programar e se preparar adequadamente para competições previamente estipuladas e admiro muito quem se organiza assim, mas infelizmente não consigo.

Primeiro porque minha vida aqui no Iguatemi é meio louca, vira e mexe pinta alguma viagem, algum evento que preciso cobrir ou alguma pauta inadiável e aí tudo que tinha na agenda vai por água abaixo, um exemplo foi a  Mizuno Uphill que por super pouco não tive que abortar.

A segunda razão é mais simples: estar afim ou não de correr.

Algumas vezes me comprometi em participar de algo e simplesmente perdi a vontade, os motivos foram os mais variados: cansaço, tpm, me sentir gordinha, não me sentir preparada ou até mesmo outra prova que de repente comecei a achar mais bacana.

Tento não usar esse descompromisso quando o assunto são longas distâncias, afinal não é legal resolver correr uma maratona 1 mês antes da prova, né?

Claro que é gostoso treinar e bater recordes pessoais nas competições, mas na maioria das vezes  participo das provas para me divertir, viajar e ver as pessoas, então nem me sinto culpada por não estar mais afim de algo.

No caso da Asics Golden Four que aconteceu no último Domingo no Rio, a situação foi um pouco mais especial. Não estava treinando pra ser uma top nos 21k, mas depois do compromisso que assumi e do motivo que abracei pra correr essa prova, não podia dar nada menos do que meu melhor.

Eu e a parça Gabi Manssur prometemos pra DeboraH Aquino que levaríamos uma medalha Top 20 pra ela.

Não é segredo pra ninguém que a Debs está no processo de quimioterapia, e ela tinha um Top 20 na G4 do Rio como meta. Como isso teve que ser adiado eu e a Gabi achamos justo meter o dedo nessa história e levar uma medalha pra DeboraH.

Há uns 20 dias nos inscrevemos (obrigada Balu!!) e ficamos com a idéia fixa do Top 20.

Tive uma tive dias pesados cobrindo Semana de Moda e sp-arte pro Iguatemi,  acabei dormindo pouco e comendo mal e fiquei com medo disso refletir na performance. Não matei nenhum treino, mas abri mão de dormir horinhas a mais a cumprí-lo. Se estivesse indo só pra me divertir tudo seria mais easy, mas como a promessa foi séria e fiquei com medo de falhar, sofri demais de ansiedade.

Além do mais, já sabia que essa seria a edição mais bombada dos 4 anos de G4 Rio pois as inscri encerraram super rápido.

ps: E foi mesmo, acabei de receber a info que foram de 4500 corredores largando!

Uma edição mais bombada significava disputar essa medalha com mto mais meninas fortes.

Enfim, fui viajar meio TEMSA, mas ver minhas amigas cariocas, comer torta de banana do Balada Mix e saber que a parça tb estaria na prova me ajudaram a ficar mais tranquila.

Uma das coisas que tb me fez sentir vontade de correr essa prova foi a campanha. Estamos muito numa vibe  juntas vamos mais longe e me encantei demais com as imagens.

Mas igual ou diferente, com chuva ou com sol e no custe o que custar a meta era trazer pra SP essa medalha Top 20 . E quando coloco alguma coisa na cabeça dificilmente tiro até conseguir.  Não contei pra quase ninguém que correria essa prova, acredito muito que o silêncio é a chave do sucesso e vale mais que ouro. Até briguei com a parça que ela postou nossa foto na retirada do Kit.

Aliás  foi bem legal, uma estrutura bacana e muitas pessoas queridas! Beijos pras amigas da asics e para meus parceiros/ amigos do Corrida no Ar (adoro ser a única mulher entre eles!).

Gentilmente meu boy magia nos levou até o Recreio dos Bandeirantes, e mesmo tendo a parça do meu lado durante todo o trajeto me sentia muito muito nervosa e com vontade de ir ao banheiro. Como sou meio moleque e nunca tive problemas em usar o mato como banheiro, aliviei boa parte da tensão ali mesmo num arbusto qualquer.

Não tenho um ritual de largada, mas gosto de ficar sozinha e como a parça tb gosta, cada uma ficou na sua (#muitoamor). O curral do 01:45, de onde larguei,  estava tranquilo e não tive problemas com tumulto, completamente diferente da muvuca e síndrome do pânico que estava a largada do Circuito das Estações que corri aqui em SP há algumas semanas.

Estava de TPM, inchada,  me sentindo gordinha e precisava fazer um minuto de trabalho mental:  lembrar que TREINEI e tenho condições. Posso até sofrer mais do que se estivesse magrinha e bonita, mas condições de fazer força eu tenho, mesmo que a dor seja maior a força vai ser a mesma.

E foi assim a prova toda.

O correto é começar na boa e ir ganhando, né? Pois eu fiz tudo errado!

Só pensava na medalha.

Nos 7km iniciais descabelei, nos 8 seguintes relaxei e nos últimos 6 descabelei de novo. (devia ter feito 7 forte, 6 moderado e 8 forte, né capitão?). Como não sou boa de conta e fico fazendo nos dedos enquanto corro, atrapalhei tudo.

Só conseguia mirar nas meninas, queria passar todas que pudesse, pois só assim garantiria a medalha de cordão rosa pra minha amiga.

No túnel lembro que pensei no quanto a DeboraH queria estar ali e liguei o turbo! Passei todas as meninas que pude e de quebra também todos os caras que vinham pela frente.

PS: Passar os caras me dá muito mais tesão, mas pra ganhar a medalha tinha que passar as meninas, me desculpem amigas!

Enfim, ali no pico da endorfina, curtindo um Runners High avistei o pórtico de chegada e alem de agradecer à Deus, lavei a alma mandando os exus pra PQP (a gente fica meio violenta no pico do barato, né? kkkk)

Terminei a prova com 01:37:14 bruto e  01:36:08 líquido e consegui a medalha!

Ano passado fiz em 01:35:28, quase um minuto a menos do que ontem, mas não fiquei triste e nem pensei na TPM como desculpa. O que importa é que a medalha dourada prometida veio na mala.

A parça que deu uma #chatiada e até chorou por não ter feito o tempo que queria, falei pra ela que acho que é esse tal de Cross Fit que tá deixando as perninhas cansadas. #soacho

Essa prova é minha meia maratona preferida. Desta vez em especial corri com uma coisa boa dentro de mim, talvez em outra época me importasse mais com esses 40 segundos de diferença do ano passado, mas tava tão satisfeita em poder estar lá fazendo aquilo pra deixar minha amiga feliz que não dei importância pra isso.

Independente de tempo ou qualquer coisa, cumprimos a promessa, fizemos nossa amiga feliz, nos divertimos e demos nosso melhor.

Se não é pra isso, então pra que a gente corre?

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